quarta-feira, junho 30

Últimos....

A contagem decrescente está cada vez mais perto do fim. Sabemos que o regresso a casa está próximo quando começamos a útilizar a palavra "último" muitas vezes

último dia de estágio
      última noite de Gil Vicente
                   última tarde de Núcleo de Arte
     últimas compras do mês
                        última "reunião do waffle" no Gianni
                      última conta da água e luz
                                     última quarta feira das massas no Pirata
               último tour por Maputo
                                  último jantar de Inovs
                           última noite de Rua d'Arte
                                                    últimos meticais a gastar
            última pizza no Mundos
última Laurentina ou 2M
                                   último relatório de horas no Dolce Vita
              último prego no Piri-Piri
       últimas fotografias
última quarta feira, quinta feira, sexta feira, último sábado...............


......................do INOV Contacto Moçambique C14!!!

terça-feira, junho 8

Inov Moz Solidário 2010


Mesmo não sendo o tipo de pessoa que tem pena dos meninos pobrezinhos em África e acha que o mundo é uma injustiça e que há os maus e os bons da fita e os malditos dos colonizadores e capitalismo e tal e tal, é impossível ficar indiferente a uma tarde passada com as crianças da Macia.

Ao fim de exactamente 3 meses depois da primeira visita à Macia onde tomamos conhecimento da vida naquela aldeia, de como se organizam, dos recursos que têm para o seu dia-a-dia e as necessidades que têm, principalmente as crianças para o seu ensino escolar, voltámos à aldeia para concretizar o trabalho que desenvolvemos entre as duas visitas.

Nestes três meses falámos com colegas, amigos, familiares, apelámos ao seu sentido solidário e conseguimos uma significativa quantia de donativos que nos permitiram adquirir o material que tínhamos definido como o mais urgente naquela aldeia.

Comprámos um quadro para as crianças do bairro Muchabje, material escolar e sapatos, para o Bairro 5 levámos também sapatos e material escolar, por fim no internato da Macia deixámos material didáctico (feito por nós!!!) para ajudar as irmãs a ensinar os meninos a ler.


Parecia Natal!!! Os miúdos todos contentes com o material novo, com os sapatos que não largaram o resto do dia, com o quadro onde escreveram logo os seus nomes com giz!

Passámos o dia a cantar e dançar com eles, saltar à corda e jogar futebol! Foi puxar da imaginação e voltar à nossa infância para inventar jogos e novas músicas para ensinar que tornou mais próximos os dois mundos, o nosso e o deles.

O projecto não termina com o nosso regresso a Portugal. Felizmente, esta iniciativa mobilizou não só estagiários do INOV Contacto mas também outros amigos residentes em Moçambique e assim tornou-se possível dar continuidade à ajuda na aldeia da Macia.



Obrigada a todos os que se sensibilizaram com o nosso projecto e ajudaram a gerar sorrisos em cerca de 160 crianças da Macia! :)


segunda-feira, junho 7

Bush Fire

Bush Fire é um festival de músicas do mundo na Swazilandia, um pequeno país que discretamente vai deixando a sua marca entre Moçambique e a África do Sul. Dizem que é a Suiça de África e de facto a paisagem onde se encontra é totalmente diferente dos intermináveis campos dourados de capim com oliveiras secas pelo meio que vemos na TV e que eu já estava habituada a ver. Aqui tem vales e montanhas altas cobertas de verde. Aqui faz frio, muito frio e chove!



O Bush Fire situa-se no meio das florestas da Swazilandia, lá bem no meio numa terra que já nem sei dizer o nome. Soube deste festival talvez ainda em Fevereiro e desde o inicio disse que ia!

Entre grupos sul africanos, moçambicanos, swazilandeses (??), do zimbabwe, tanzania, costa do marfim, frança e USA (só para dizer que não é um festival de musicas africanas, mas sim musicas do mundo) e muitos outros,  fartei-me de dançar todos estes ritmos que se há meio ano eram totalmente indiferentes para mim, agora ao fim de 5 meses em África fazem todo o sentido!



Não fosse o frio e a chuva a mandar-nos de volta a Maputo bem mais cedo que o previsto, teriam sido dois dias de dar ao rabo (como sabem, o melhor atributo das africanas) dois dias inteiros!



quarta-feira, junho 2

Bazaruto


Já passaram uns quantos dias desde que voltei de Vilankulos/Bazaruto mas não podia deixar de registar a minha passagem por mais um destino Moçambicano.
Tivesse o tempo melhor teria sido um fim de semana de paraíso. Mas também não se pode pedir muito quando se está a entrar no Inverno e a temperatura máxima é de 27º C.
Vilankulos é uma vila piscatória meio fantasma, com estradas desfeitas e meia dúzia de cafés/restaurantes, mercado central, igreja e palhotas, muitas palhotas a 5 minutos da praia. A praia, por ser utilizada maioritariamente por pescadores e seus barcos deixa pouco espaço para os veraneantes mas nem por isso a deixa menos bonita, principalmente em alturas de maré baixa.

Felizmente sábado brindou-nos com um belo sol e calor (ao contrário das previsões) e lá nos metemos nós num Speed Boat às 8h00 da manhã para passar o dia na ilha do Bazaruto. Primeira paragem foi na ilha de Benguerra, uma ilha totalmente deserta de areia clara e água azul transparente. Aí uma parte do grupo recebeu instruções sobre o mergulho no alto mar e outra parte do grupo (nós) instruções sobre snorkeling no Two Miles Reef.
Voltámos a entrar no barco, contornámos a ilha e depois de enfrentar ondas de quase dois metros, fomos deixados livremente ao lado de um muro de rochas no meio do mar. Só ao mergulhar com os nossos óculos e snorkler é que percebemos o que ali estávamos a fazer! E foi lindo! Foi nadar no meio de corais dourados e roxos, com peixes azuis e verdes e às riscas a sair do meio das rochas, com o sol a entrar pelo mar a dentro e a fazer brilhar as estrelas do mar que lentamente se movimentavam por cima da areia branca! Foi nadar dentro de um aquário, uma experiência única! 
Infelizmente não tinha máquina própria para tirar fotografias dentro de água, mas o que vi foi muito semelhante a isto:


Depois de uma hora de fascínio debaixo de água, voltámos ao barco que nos levou finalmente à ponta mais sul da ilha de Bazaruto onde mais uma vez encontrámos areia clara e água transparente mas a atracção maior era uma duna que nos recomendaram vivamente a subir, e ainda bem que o fizemos! Debaixo de algum calor e um vento cada vez mais forte lá "trepámos" a duna e chegando ao topo mais uma vez ficámos sem palavras! De um lado vimos com bastante mais clareza a cor da água azul turquesa misturada no meio dos bancos de areia branca, e do outro os diferentes verdes do Parque Natural do Arquipélago do Bazaruto. Fantástico!

Ao final de umas horas, já tínhamos o speed boat à nossa espera para nos levar novamente a terra, Vilankulos, para regressar no dia seguinte cedo a Maputo (no tal avião.....!)
Sim, apesar do clima já denunciar a chegada do Inverno, foi um fim de semana de experiências inesquecíveis!

segunda-feira, maio 17

Voo TM 2122 : Vilankulos - Maputo


Pelas 12h30 despedimo-nos da praia de Vilankulos e na carrinha de caixa aberta do Toni (dono do Hostal Varanda) dirigimo-nos ao aeroporto da cidade. É um edifício de dois andares frente à pista de aterragem e ao lado de uma floresta de palmeiras. No R/C do pequeno edifício tem uma também pequena sala com um balcão de check in, um balcão de informações de barcos para o arquipélago do Bazaruto e um balcão de souvenirs.


No check-in há uma fila única, chegando a nossa vez entregamos os nossos passaportes e deixamos as nossas malas de porão, 5mins depois temos os nossos cartões de embarque e dirigimo-nos à mesa do lado para abrir as nossas malas que são “inspeccionadas” por uma guarda. Uma vez registados no voo com malas dentro dos conformes, subimos ao 1º andar onde temos um bar com uma esplanada com vista para o trem de aterragem e para os coqueiros. Uma hora depois, vemos o finalmente o nosso avião chegar e voltamos a descer ao R/C onde entregamos o nosso cartão de embarque ao guarda e entramos na pista em direcção ao avião (não, não há qualquer controlo da bagagem de mão).



Somos cerca de 50 passageiros no avião mais 3 membros da tripulação, o piloto, o co-piloto e a hospedeira. O voo tem a duração de 1h10m e é a hora e dez minutos mais aterradores da minha vida.

As hélices do avião começam a girar e o ruído ensurdecedor aumenta de intensidade à medida que o avião ganha impulso para levantar. O som destas mesmas hélices é de tal maneira alto que nem vale a pena falar com a pessoa do lugar ao lado porque as vozes não se ouvem. O avião treme todo o tempo e por todos os lados, talvez pelo esforço que faz em aguentar-se firme a 6ooo pés do chão, mas não o suficiente para se manter estável perante a constante turbulência.


Durante a primeira meia hora nem consigo tentar o sono tão concentrada que estou na hélice, garantindo que esta não pára de girar. Só me acalmo um pouco depois quando a solitária hospedeira me põe à frente um queque de manteiga e uma sandes de queijo (que podia ser de atum mas eu não tive essa sorte), e de barriga semi-cheia lá consigo fechar um pouco os olhos e esperar impacientemente a aterragem em Maputo!!





Cape Town


À chegada ao aeroporto de Cape Town alguém disse “I love Cape Town. It is in Africa but not quite in it” e de facto resume tudo o que é esta cidade no ponto mais sul do mundo. É limpa, é organizada, tem luz, tem boas auto estradas, edifícios altos e modernos, fala-se um bom inglês e tem mais brancos que pretos nas ruas. De facto é o oposto do que já vi em outras cidades africanas!

Mas para mim não é isso que a torna especial, mas sim a sua localização. É realmente uma cidade muito bonita e essa beleza vem essencialmente das altas e imponentes montanhas – Table Mountain e Lion’s Head – e das praias de areia branca e água morna apesar de atlântica – Camps Bay e Clifton – que a rodeiam.


 

Cape Town é uma pequena Europa no meio de África, com o melhor dos dois mundos. Uma organização e modernismo europeu com o comércio, música e o clima africano. Não há como não gostar!





sexta-feira, maio 7

6h10 da manhã.......



....... toca o despertador. De cortinas fechadas e alguma sombra no quarto, adio mais 10 minutos. Volta a tocar o alarme, desta vez sem prolongamento. A custo abro os olhos e espreguiço-me demoradamente. Afasto a rede mosquiteira da minha cama de princesa e aproximo-me da janela que nunca fecho. Abro as cortinas e........










 



BOM DIA MOÇAMBIQUE!!!



terça-feira, maio 4

A minha vida por um fio



Voltando um mês atrás..... Quando fui passar a minha Páscoa ao Tofo, antes de me aventurar num "Ocean Safari" que prometia ver e nadar com tubarões-baleia, tive que assinar um papelinho que dizia algo como:

I do hereby affirm and knowledge that I am aware and have been fully informed of the inherent risks and dangers associated with snorkeling and the possibility of my sustaining severe injury and even loss of life (...) In the event of the colliding, sinking or being affected by natural disaster I am prepared to be exposed to these risks and dangers and to the possibility of injury and/or death, and i do so freely

A ideia de acabar sem uma perna, afogar-me ou mesmo morrer, pareceu-me bastante aliciante mas infelizmente os aterradores tubarões-baleia estavam do contra nesse dia e acabei por pagar 20€ para ver  apenas uma pacata e inocente raia gigante..... booooring!! :p 



sexta-feira, abril 30

Os Vidigais em Moçambique

Finalmente chegou a minha vez de ter noticias fresquinhas de Portugal, de ter muito mimo, de fazer de cicerone e também passear muito!!

Estive perto do terceiro maior canyon do mundo, Blyde River Canyon, montanhas lindas e gigantes, vales verdes a perder de vista, autêntico cenário Jurassic Park. Apesar de muito ter ficado por ver, a amostra já foi de suster a respiração!


Do cimo do God's Window, voltamos a descer por Graskop, Hazeview até chegar finalmente aos portões do Kruger National Park.

Começou a verdadeira aventura em África, daquelas que vemos na televisão mas nunca imaginamos que vamos viver a mesma emoção de ver uma familia de elefantes com mães e crias a atravessar a estrada, rinocerontes a hesitarem investir contra o nosso carro a meio da noite, hienas a rir, leoas estendidas ao pôr do sol, hipopótamos a "marcar território" (entenda-se, a fazer cocó) no lago, manadas de búfalos com cara de poucos amigos, zebras e girafas descontraidamente a passear no meio da selva, baboons a fazer macacadas à porta do nosso apartamento, corujas, cobras, javalis, impalas aos molhos! Inesquecível!


 Leoas ao sol e rinoceronte a meio da noite!

Girafas e hienas ao nascer do sol


Os Vidigais também foram conhecer Cape Town mas fica para um próximo post!


terça-feira, abril 6

Um dia ainda me vou rir disto.......


E quando falta a água durante mais de 12 horas e temos que nos lavar com água de garrafão? e por cima disso ainda falta a luz às 22h? E eu estou sozinha em casa? 

E quando a chuva é tão forte e as janelas não fecham bem e a água começa-me a entrar pela casa a dentro e durmo com o balde e a esfregona no quarto para ir secando o chão durante a noite?

E quando o frigorífico desregula a temperatura sozinho e tanto me congela os iogurtes como deixa de funcionar durante uma noite inteira e me descongela os camarões e a carne picada?

E quando o elevador só faz uma viagem de cada vez, sobe ao 3º andar e desce, sobe ao 6º andar e desce, sobe ao 8º andar e desce e eu que estou no 9º andar tenho que esperar 15minutos para finalmente descer para trabalhar?

E QUANDO PAGO 1800 USD PELA  RENDA DA CASA?????


..... Quando isto acontece, é caso para dizer muitas palavras feias mas como sei que os meus avós lêem este blog vou-me ficar só pelo...... "quando isto acontece... é muito desagradável"   : P




segunda-feira, abril 5

Tofo


Este ano a caça ao ovos foi feita na praia com muito calor, sol e boa gente! 

Uma viagem que por si só já é longa e cansativa, tornou-se ainda mais atribulada com a perda de um carro pelo caminho e em vez das normais 7hrs, demorámos 10hrs a chegar ao Tofo na provincia de Inhambane!





Chegados de noite, muito estafados apenas conseguimos sentir o quente da água do mar  nos pés e cear um gin tónico, para no dia seguinte, sim, ver a praia que nos recebia!

Um areal de perder de vista de areia clara com muita vegetação, um mar azul com ondas q.b. e cerca de 25ºC.



Da praia do Tofo, demos um salto de "pick up" à praia da Barra e infiltramo-nos num resort privado onde se vê um fantástico pôr-do-sol!



Apesar de uma estadia curta e das longas horas de viagem, soube muito bem passar a Páscoa no Tofo!




quarta-feira, março 31

Na farmácia....



.... não tem creme hidratante, protector solar, vitamina c, rede mosquiteira, fenistil, halibut, balança......

espero não ficar verdadeiramente doente nesta terra!!!

Maputo dormiu de luz acesa


Os deuses lá em cima zangaram-se com Maputo e deixaram cair o céu sobre a cidade esta noite.

Nunca eu vi uma trovoada tão violenta como a da noite passada! 
O relâmpagos surgiam à velocidade de flashs de máquinas fotográficas na Passadeira Vermelha parecendo que a cidade estava de dia às 3h da manhã. Chovia ininterruptamente e a água entrava-me por todas as janelas como se já não houvesse espaço na rua para ela cair. Os trovões barulhavam a um tom ensurdecedor, sentia que tinha bombas a explodir dentro de casa.

Senti-me numa cena de filme de terror em que no momento mais assustador surge do nada uma tempestade, em que os vidros vibram e as sombras nas paredes tomam formas inesperadas.

Quem me conhece sabe que adoro fenómenos naturais que resultem em calamidades como erupções vulcânicas, sismos, tornados, tsunamis, avalanches........ mas a noite passada, confesso, tive muito medo!



segunda-feira, março 22

O lado negro...............



Há certas realidades com que me vou deparando que me fazem lembrar que de facto não estou na Europa..... Venham os centros comerciais modernos e as lojas de roupa de marca e os hotéis de luxo, os carros tunning e a alta tecnologia que vier, que Moçambique continua a ser um país "em vias de desenvolvimento", ou à boa maneira moçambicana "há-de se desenvolver". Porque não é no possível crescimento económico que se mede o grau de civilização de um país, mas acima de qualquer outro, a mentalidade das pessoas.

Eis o verdadeiro lado negro.........

Dei por mim a arrepiar-me a meio de uma conversa entre colegas de trabalho, quando percebi que o assunto "violência doméstica" é normal e socialmente aceite. Os homens assumem sem problemas que batem nas mulheres, contam quando, como e porquê o fizeram. E contam com orgulho! "Agora a minha mulher tem a mania de ir logo à policia sempre que lhe bato..... mas eu bati-lhe porque ela estava-me a chatear!" Isto porque apenas há um ano que existe uma lei que protege a mulher da violência doméstica. Antes disso a mulher apanhava e calava, agora já se atreve a ir à polícia, não sei no entanto se com muito sucesso.....


Chocou-me também encontrar na parede do refeitório do hotel, uma folha A4 com umas ilustrações a ensinar como colocar um preservativo. Sim, para mim é impensável que tal informação venha tão explicitamente divulgada num local onde se fazem refeições, mas depois lembro-me que estou a viver num país onde cerca de 17% da população (dados de 2007, a tendência é de aumentar sempre de ano para ano....) está infectada com HIV e de facto isto passa a fazer algum sentido....!


Mais uma vez fiquei sem palavras quando entro nos balneários do hotel e vejo na parede um papel que apela ao civismo e às boas práticas de higiene nas casas-de-banho, relembrando que estas devem ficar limpas após a sua utilização pois aquelas instalações são de todos e que "fazer necessidades maiores na banheira não é humano"........ o que dá que pensar realmente..... muita gente, mesmo trabalhando num hotel de 5 estrelas, não deve ter as estruturas básicas em casa, tal como uma sanita ou uma banheira e por isso não sabem para que servem estes espaços..... 


O maior perigo de ter uma mulher-a-dias em casa não é que nos roube telemóveis, máquinas fotográficas, iPods, computadores, roupas, nem mesmo dinheiro......... mais facilmente damos por falta de sacos de plástico, lâmpadas, garrafões de água (cheios ou vazios), comida......... bens básicos que a nós servem para pouco mas que são essenciais para muitos deles


E estou em Maputo, a capital, a cidade mais desenvolvida de Moçambique. Sei que se sair daqui vou ter muito mais que escrever, vou ficar sem palavras com mais frequência, a cada segundo, a cada passo que dou!

Viver num país "em vias de desenvolvimento" dá-nos uma noção bem nítida do fosso existente entre o 1º e o 3º mundo, e como comecei por dizer, não é a aparente riqueza de um país que determina o seu estado de desenvolvimento, não são os carros de luxo, as lojas de roupa cara nem a tecnologia topo de gama, é sim o comportamento da população e como esta pretende (ou não) mudar e evoluir!



quarta-feira, março 17

No Mundo sem ser do Mundo...


Saindo de Maputo, vê-se o verdadeiro Moçambique, os verdadeiros moçambicanos e uma realidade africana bastante mais crua.

Fomos à Macia visitar a aldeia, conhecer os seus habitantes, a escola das crianças, ver as casa onde vivem e as condições com que (sobre)vivem.



E se à primeira vista encontrar crianças a correr descalças na terra batida a comer bagas do chão, a dormir em palhotas, a maioria orfãos com mais 10 "irmãos" nos parece chocante e achamos que são uns miseráveis que nada têm, tudo muda quando vemos que nenhuma dessas crianças se queixa, nenhuma chora ou tem um olhar triste, nenhuma passa fome antes pelo contrário, são bem dispostas e riem e têm bastante energia para brincar e gostam de ver gente nova e conversar e têm um olhar bem mais feliz do que muitas crianças na cidade!

Utilizam o pouco que têm da melhor maneira para a sua vida do dia-a-dia e não pedem nada a ninguém, mas, claro, o que vier é bem vindo!



De facto esta gente vive no planeta terra mas ninguém dá por ela. Ninguém sabe que existem nem como existem. São do Mundo sem ser do Mundo!